Mesmo que as opiniões variem, será que tem alguém que acredite que o Alegrete de uma forma ou outra não está melhor? Unanimidade não existe, isso é certo. Mas dá pra negar a influência que a Unipampa teve no dia-a-dia da cidade de uns anos pra cá? Só quem é velho e reacionário pode concluir que não foi positivo.
Pra gurizada da minha geração sempre insatisfeita com a falta de opções, o exemplo da programação noturna é um bom início. No meu tempo de colégio (lá se vão 12 anos...), a gurizada sentava na escada do Casino ou na rampa do EDC (?) e depois tinha UMA boate pra sair: ou Pintaí, ou Base, ou Cultura Café, ou Pretexto. Algumas vezes alternativas surgiam, mas, via de regra, com duração curta. E isso tudo só na sexta e no sábado.
Essa realidade manteve-se até uns três ou quatro anos atrás. Hoje, com a Unipampa em plena atividade e o Casino de luzes apagadas, dá pra dizer que três ou quatro bares se mantêm em funcionamento já há algum tempo com público forte. E (victory!) em outros dias além do fim de semana. Quem imaginaria isso a alguns anos?
Gosto é gosto, dirão muitos, mas na nossa cidade cada vez mais “multicultural”, “cosmopolita”, todos precisam ter opções, do gauchinho ao punk, do sertanojo ao pagodeiro. Não que estejamos próximos de chegar a este nível, mas uma cidade para tornar-se universitária de fato precisa acolher a gurizada que vem de outros cantos do país, ao invés de dar pataço.
Nosso Baita Chão tem a característica de ser meio desconfiado com mudanças. Não passamos 12 anos aguentando o mesmo para não arriscar com o novo? Não seria diferente agora, com essa gurizada diferente atochando o som no volume máximo, fazendo point em qualquer lugar, reclamando do despreparo de balconista e pagando caro por apartamento do outro lado da ponte. Os tradicionais reclamões vão ladrar e a caravana, de uma forma ou de outra, vai continuar a passar. Pelo bem de quem ainda tem futuro pela frente.
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