Embaixada do Alegrete fazendo uma baita gauchada em pagos distantes

Piquete em Porto Alegre reuniu talentos alegretenses espalhados pelo mundo

O local atualmente conhecido como Acampamento Farroupilha, em Porto Alegre, na verdade surgiu ao redor do piquete alegretense que existe na cidade, quando a gauchada que não cabia mais no galpão foi se aquerenciando por ali mesmo, na volta. Mais uma vez a Casa do Alegrete — que desde 2002 é a embaixada oficial do município nos pagos de Porto Alegre — está acampada perto do Guaíba, para celebrar a luta de gaúchos como nós, que não aceitam ser potro de ninguém.

Ontem, o patrono da noite era Bagre Fagundes e, como não poderia deixar de ser, o taura chamou todo o clã para uma noitada de apresentações artísticas e declarações de amor ao Baita Chão. Em conversa com nossa redação, Neto Fagundes, filho de Bagre, revelou que é leitor assíduo do Baita Chão News.

"Minha irmã ligou e me avisou, daí eu comecei a ler. O trabalho está muito bom mesmo, parabéns", disse, emocionado. O guasca, inclusive, se propôs a escrever para o periódico do Alegrete. Como Neto teve a honra de nascer na Santa Casa de Caridade ("lamento muito por quem não teve essa oportunidade", afirmou), não precisará passar pelo controle de qualidade ao qual todos os que querem entrar no Alegrete são submetidos.

Enquanto na Casa do Alegrete o pessoal ia se "acuierando" pra acompanhar a programação e comer uma boia de fundamento, era possível ouvir o hino "Canto Alegretense" sendo executado nas barracas ao redor do piquete. Mais uma prova de que todos ali querem mesmo é fazer parte da sociedade do Baita Chão. No palco, Ernesto e seu bumbo leguero prontos para mais uma ode ao pago. "Vamos aproveitar esse teclado que tá tocando aqui do lado", comemorava.

Os Fagundes mostraram mais uma vez o imenso amor ao Alegrete. Ernesto declamou poesia de Nico Fagundes, na qual falava de cada canto do Baita Chão. Depois, o próprio tio Nico falou sobre a Marquesa de Alegrete, esquecida por muitos - e ainda achou tempo para uns causos temperados a bala, sobre alguns dos mais baguais alegretenses. "Vou contar uma sobre o André Remendo - que ficou conhecido assim depois dessa história, quando tomou uma surra, mas eu o conheci antes dele ser chamado 'Remendo'. Te lembra, Bagre?", rememorava Nico, enquanto Bagre confirmava tudo. Porque alegretense não mente, por supuesto.

É importante dizer que os alegretenses que lá estavam não saíram do Baita Chão por vontade própria, mas por uma noção clara de cidadania. Acontece que há uma forte demanda internacional de talentos e, por isso, estamos exportando algumas de nossas cabeças pensantes. Entre os presentes havia alegretense deputado, artista, secretário de estado, enfim, todo naipe de representante em outros locais do mundo.

Bueno, pra finalizar a charla, fica registrado que foi uma noite memorável, num "galpão querido, templo da raça, de chão batido e temperado na fumaça", parafraseando os versos das principais figuras do encontro. E se não foi bem assim, foi bem mais ou menos assim...

No vídeo abaixo tu conferes o acalorado depoimento de Neto Fagundes para as lentes do Baita Chão News, ontem especialmente manuseadas por Arthur Dutra, gente d'Os Serranos, o grupo mais gaudério já encontrado nas terras de Bom Jesus. Ao lado de Neto Fagundes aparecem Pedro Henrique e Peterson Kujawinski, alegretenses que saíram para ajudar no desenvolvimento do mundo.